Olá amigos, tudo certo? Hoje trago-lhes mais um texto produzido para a faculdade. A produção do momento é uma resenha do artigo "Velocidade Máxima", de Martha Medeiros. Espero que gostem e peço que deixem nos comentários o que acharam. Boa leitura!
DESACELERE
E VIVA!
Velocidade
Máxima (Martha Medeiros, Revista Exame de 1999) é um artigo que apesar do ano
de publicação, consegue causar reflexão sobre a maneira que estamos conduzindo
nossas vidas atualmente. Nele, o leitor encontrará diferentes argumentos usados
pela autora na tentativa de provar que “para vencer na vida não é preciso
deixar de viver”, premissa que apesar de bem defendida, parece estar muito
distante da realidade.
Para
a escritora existem dois tipos de trabalhadores: os Neandertais, que não se
estressam facilmente, pouco se importam em conquistar prêmios, dormem bem e
chegam cedo em casa; ou seja, um raro tipo, quase em extinção. Já os
Neo-Neandertais são aqueles que tentam adequar-se à rotina do mundo atual com
atividade saudáveis, visando uma melhor qualidade de vida. Para ambos, uma drástica
redução na jornada de trabalho seria primordial para garantir profissionais mais
saudáveis e com melhor rendimento no trabalho.
A
fim de justificar sua tese, Martha Medeiros inicia seu texto apresentando o
atual cenário que os trabalhadores são submetidos devido à velocidade dos
acontecimentos no mundo dos negócios e qual deveria ser a postura dos funcionários
perante esse contexto.
Para
melhor fundamentação de sua tese, Martha Madeiros utiliza a opinião do
sociólogo italiano Domenico de Masi, que é um estudioso do assunto e defende a
teoria do “ócio criativo”, na qual uma longa jornada de trabalho aniquila a
criatividade do indivíduo e prejudica seu rendimento. Levando em conta que
Domenico de Masi produziu uma ampla e profunda pesquisa acerca do assunto, a
escritora poderia ter utilizado um pouco mais do estudo feito pelo sociólogo
para validar sua tese.
Ainda
na busca pela validação, a autora faz uma brilhante analogia, na qual compara a
vida com uma autoestrada alemã, onde quem tem mais tecnologia e potência pode
acelerar sem limites e chegar mais rápido ao objetivo, mas perde a oportunidade
de olhar para os lados e observar a bela paisagem ao redor.
A
escolha do tema foi oportuna, trouxe ao debate uma realidade cada vez mais
constante a milhões de pessoas em todo o mundo, que enfrentam grandes e
exaustivas jornadas diárias de trabalho em seus empregos, visando somente o
sucesso profissional. Sem dúvida, as soluções apresentadas seriam importantes
para uma melhor qualidade de vida e rendimento do profissional.
Porém, reduzir a carga horária pela metade –
como sugerido por De Masi – é algo muito distante da realidade, a ponto de ser
utópico. O resultado da adoção de uma medida como essa não seria das melhores,
as empresas teriam duas opções para adequar-se a nova realidade: reduzir a produção
a fim de adaptar-se a nova jornada de trabalho ou dobrar o efetivo de
funcionários na tentativa de manter a produção.
Em
ambos os casos o trabalhador sairia como o grande prejudicado da situação, pois
como o tempo que passará produzindo será menor, obviamente a remuneração será
proporcional à nova produção, e no caso do individuo não conseguir adaptar-se a
nova realidade salarial, teria que enfrentar uma dupla jornada de trabalho a
fim de manter o mesmo patamar de remuneração anterior, retomando assim aos
mesmos problemas já citados.
Conclui-se
que, por mais importante e relevante que seja o assunto escolhido, juntamente
com boas técnicas de escrita da autora fundamentadas em conceituados autores,
faltou apresentar uma solução mais próxima da realidade para o problema apresentado,
como por exemplo, unir uma redução no tempo trabalho (menos drástica do que
proposto) juntamente com a realização das atividades rotineiras de uma forma
mais saudável, deixando de lado a pressa e a praticidade que o mundo atual
tanto exige em prol de uma vida mais saudável.
ARTIGO RESENHADO: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/703/noticias/velocidade-
maxima-m0048521
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