quinta-feira, 25 de junho de 2015

Desacelere e Viva! [Resenha]


Olá amigos, tudo certo? Hoje trago-lhes mais um texto produzido para a faculdade. A produção do momento é uma resenha do artigo "Velocidade Máxima", de Martha Medeiros. Espero que gostem e peço que deixem nos comentários o que acharam. Boa leitura!

DESACELERE E VIVA! 
Velocidade Máxima (Martha Medeiros, Revista Exame de 1999) é um artigo que apesar do ano de publicação, consegue causar reflexão sobre a maneira que estamos conduzindo nossas vidas atualmente. Nele, o leitor encontrará diferentes argumentos usados pela autora na tentativa de provar que “para vencer na vida não é preciso deixar de viver”, premissa que apesar de bem defendida, parece estar muito distante da realidade.
 
Para a escritora existem dois tipos de trabalhadores: os Neandertais, que não se estressam facilmente, pouco se importam em conquistar prêmios, dormem bem e chegam cedo em casa; ou seja, um raro tipo, quase em extinção. Já os Neo-Neandertais são aqueles que tentam adequar-se à rotina do mundo atual com atividade saudáveis, visando uma melhor qualidade de vida. Para ambos, uma drástica redução na jornada de trabalho seria primordial para garantir profissionais mais saudáveis e com melhor rendimento no trabalho.

A fim de justificar sua tese, Martha Medeiros inicia seu texto apresentando o atual cenário que os trabalhadores são submetidos devido à velocidade dos acontecimentos no mundo dos negócios e qual deveria ser a postura dos funcionários perante esse contexto.

Para melhor fundamentação de sua tese, Martha Madeiros utiliza a opinião do sociólogo italiano Domenico de Masi, que é um estudioso do assunto e defende a teoria do “ócio criativo”, na qual uma longa jornada de trabalho aniquila a criatividade do indivíduo e prejudica seu rendimento. Levando em conta que Domenico de Masi produziu uma ampla e profunda pesquisa acerca do assunto, a escritora poderia ter utilizado um pouco mais do estudo feito pelo sociólogo para validar sua tese.
Ainda na busca pela validação, a autora faz uma brilhante analogia, na qual compara a vida com uma autoestrada alemã, onde quem tem mais tecnologia e potência pode acelerar sem limites e chegar mais rápido ao objetivo, mas perde a oportunidade de olhar para os lados e observar a bela paisagem ao redor.

A escolha do tema foi oportuna, trouxe ao debate uma realidade cada vez mais constante a milhões de pessoas em todo o mundo, que enfrentam grandes e exaustivas jornadas diárias de trabalho em seus empregos, visando somente o sucesso profissional. Sem dúvida, as soluções apresentadas seriam importantes para uma melhor qualidade de vida e rendimento do profissional. 

Porém, reduzir a carga horária pela metade – como sugerido por De Masi – é algo muito distante da realidade, a ponto de ser utópico. O resultado da adoção de uma medida como essa não seria das melhores, as empresas teriam duas opções para adequar-se a nova realidade: reduzir a produção a fim de adaptar-se a nova jornada de trabalho ou dobrar o efetivo de funcionários na tentativa de manter a produção. 

Em ambos os casos o trabalhador sairia como o grande prejudicado da situação, pois como o tempo que passará produzindo será menor, obviamente a remuneração será proporcional à nova produção, e no caso do individuo não conseguir adaptar-se a nova realidade salarial, teria que enfrentar uma dupla jornada de trabalho a fim de manter o mesmo patamar de remuneração anterior, retomando assim aos mesmos problemas já citados.

Conclui-se que, por mais importante e relevante que seja o assunto escolhido, juntamente com boas técnicas de escrita da autora fundamentadas em conceituados autores, faltou apresentar uma solução mais próxima da realidade para o problema apresentado, como por exemplo, unir uma redução no tempo trabalho (menos drástica do que proposto) juntamente com a realização das atividades rotineiras de uma forma mais saudável, deixando de lado a pressa e a praticidade que o mundo atual tanto exige em prol de uma vida mais saudável. 

ARTIGO RESENHADO: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/703/noticias/velocidade-
maxima-m0048521

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