Pois é galera, hoje venho comentar a entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional, agora como candidata oficial do PSB. E como era de se esperar os jornalistas globais mantiveram uma dura postura com a presidenciável, fazendo perguntas um tanto capciosas, cutucando a ferida dos candidatos.
E a ferida de Marina fora recém adquirida. Na última quinta-feira (21/08/2014) veio a mídia que a Polícia Federa e Civil estavam apurando SUSPEITA de fraude na venda feita no avião de Eduardo Campos. Em resumo vejam o que a Folha noticiou:
A Polícia Federal e a Polícia Civil apuram a suspeita de possível fraude na venda do avião Cessna que caiu em Santos (SP) no último dia 13 com o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB).
O avião pertencia ao grupo A. F. Andrade, dono de usinas de açúcar, que está em recuperação judicial, e só poderia ser vendido com autorização da Justiça, o que não ocorreu, segundo os policiais.
O grupo, de Ribeirão Preto (SP), deve R$ 341 milhões.[...]Os policiais querem saber por que o comprador não passou a aeronave para o seu nome, como manda a lei. Nos registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Cessna continua em nome do grupo A. F. Andrade.
Uma das hipóteses dos policiais é que isso foi feito para burlar credores. Segundo essa hipótese, o grupo não fez a transferência para não repassar aos credores o que recebeu. A lei de recuperação judicial determina que todo valor arrecadado seja usado para pagar as dívidas.
A queda do avião sem a transferência para os atuais donos pode trazer problemas com o seguro. A apólice da Bradesco Seguros está em nome do grupo A. F. Andrade. O fato de o antigo dono ter omitido a venda do avião pode ser uma razão para o não pagamento do seguro.
E obviamente os âncoras do Jornal Nacional a indagaram sobre isso, começaram a entrevista falando justamente sobre a SUSPEITA de fraude na compra do avião. Vejamos como foi:
Willian Bonner: Candidata, o avião que o PSB vinha utilizando na campanha eleitoral, até aquele acidente trágico de duas semanas atrás, está sendo investigado pelas autoridades competentes. Ele foi objeto de uma transação milionária feita por meio de laranjas. Essa transação não foi informada na prestação de contas prévia, parcial, à Justiça Eleitoral. A senhora tem dito que vai inaugurar uma nova forma de fazer política, que todo político tem que ter certeza absoluta da correção de seus atos. No entanto, a senhora usou aquele avião como teria feito qualquer representante daquilo que a senhora chama de velha política. Eu lhe pergunto: a senhora procurou saber que avião era aquele, quem tinha pago por aquele avião, ou a senhora confiou cegamente nos seus aliados?
Marina Silva: Nós tínhamos, William, uma informação de que era um empréstimo, que seria feito um ressarcimento, num prazo legal, que pode ser feito, segundo a própria Justiça Eleitoral, até o encerramento da campanha. E que esse ressarcimento seria feito pelo comitê financeiro do candidato. Existem duas formas, três formas, aliás, de fazer o provimento da campanha: pelo partido, pelo comitê financeiro do candidato e pelo comitê financeiro da coligação. Nesse caso, pelo comitê financeiro do candidato. Essas informações eram as informações que nós tínhamos.
William Bonner: A senhora sabia dos laranjas? Essa informação foi passada para a senhora como candidata a vice-presidente?
Marina Silva: Não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião.
E já na primeira pergunta Marina mostra que o período que foi Ministra petista ela estudou e graduo-se na escola Lulista de "Não saber nada". Assim como o ex-presidente (que não sabia nada sobre o mensalão), sua prole política afirmar "não tinha nenhuma informação quanto a a qualquer ilegalidade referente à postura dos proprietários do avião". Assim como a oratória do Companheiro o discurso de Marina Silva não me convenceu, ela vem tanto falando em fazer uma "nova política" comete os mesmos erros e dá as mesmas desculpas dos "velhos políticos".
Já a danadinha (no bom sentido) da Patrícia Poeta questionou a candidata sobre o fato de na última eleição ela não ter conquistado nem a metade dos votos de José Serra no seu estado, o Acre. Marina pra se fica claramente sem argumentos e prefere dizer que Patrícia "não conhecia sua trajetória política", vejamos:
Patrícia Poeta: [...] seu desempenho no seu estado, o Acre, onde a senhora fez toda a sua carreira política, onde as pessoas conhecem muito bem a sua forma de atuação e onde suas ideias e as suas ações são de conhecimento amplo por parte dos eleitores, a senhora tirou terceiro lugar. Ficou com metade dos votos do primeiro colocado, o então candidato pelo PSDB, José Serra. Ou seja, o eleitor acreano votou pesadamente na oposição ao governo federal. Aos eleitores dos outros estados do país que não a conhecem tão bem, como é que a senhora explicaria essa desaprovação clara no seu berço político?
Marina Silva: Em primeiro lugar é que esse terceiro lugar não estava tão distante do segundo. Eu fiquei muito próxima do segundo lugar, que foi a presidente Dilma.
Patrícia Poeta: Metade do primeiro. Eu tenho aqui os números: 23,45%, a senhora; 52,13%, José Serra.
Marina Silva: Tem uma coisa, Patrícia, que até é um provérbio que a gente usa muito: é muito difícil ser profeta em sua própria terra. Sabe por quê? Porque, às vezes, a gente tem que confrontar os interesses. Eu venho de uma trajetória política que, desde os meus 17 anos, eu tive que confrontar muitos interesses no meu estado do Acre ao lado de Chico Mendes, ao lado de pessoas que se posicionaram ao lado da Justiça, da defesa dos índios, dos seringueiros, da ética na política. Isso fez com que eu tivesse que seguir uma trajetória que não era o caminho mais fácil. Aliás, na minha vida, nunca é fácil, não é? E, nesse caso, eu era candidata por um partido pequeno, em que...
Marina Silva: Por um partido pequeno, concorrendo contra duas máquinas muito poderosas, com 1 minuto e 20 segundos de televisão. E, mesmo assim, a candidata do PT, que tinha o governo do estado, senadores, deputados, vereadores, prefeitos... Eu fiquei muito próxima a ela. E isso...
Patrícia Poeta: O que eu estou querendo dizer é o seguinte: o berço político de um candidato é onde ele é mais conhecido pelos eleitores. Isso pode ser uma enorme vantagem para um candidato ou não. No seu caso não foi. Não seria como se os acreanos estivessem dizendo uma variação daquele velho ditado: “Quem não a conhece que vote na senhora”?
Marina Silva: Talvez você não conheça bem a minha trajetória.
Patrícia Poeta: Conheço, conheço, conheço, candidata. Nós estudamos bastante antes de fazer essa entrevista.
O último tema da entrevista foi a contraditória escolhe do seu vice, cujo tem posicionamentos opostos ao de Marina. Mas, isso é algo que abordarei especificamente em outro texto, no próximo "NÃO VOTE".
Em resumo, Marina Silva conseguiu quase que o inimaginável de se sair tão mal na entrevista quanto quanto a dona Dilma. Se esquivou o tempo inteiro, não respondeu com a clareza desejada, preferiu enfrentar os jornalistas ao invés de responder suas indagações.
ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/08/marina-silva-e-entrevistada-no-jornal-nacional.html
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